A febre amarela é uma doença infecciosa grave, com alta taxa de mortalidade, podendo levar a óbito 50% dos pacientes. Transmitida pela picada do mosquito Aedes aegypti, a principal forma de prevenção da arbovirose é a vacinação. Casos foram notificados e confirmados em municípios do Sul de Minas Gerais.
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De acordo com estimativas da Secretaria de Estado de Saúde de Minas Gerais (SES-MG), 33.223 crianças menores de um ano ainda não se vacinaram contra a doença no estado, representando 71,17% desse público. A meta preconizada pelo Ministério da Saúde é de 95%.
“A febre amarela é uma doença imunoprevenível, ou seja, pode ser evitada com a vacinação. A vacina está disponível em todas as unidades de saúde do estado e deve ser tomada, pois é eficaz e segura”, destaca o subsecretário de Vigilância em Saúde da SES-MG, Eduardo Prosdocimi.
Desde 2018, não havia registros de casos humanos de febre amarela confirmados laboratorialmente em Minas Gerais, sendo o primeiro em 2023, no município de Monte Santo, com local provável de infecção (LPI) em São Paulo. Em 2024, foi notificado um caso de febre amarela em um homem residente em Águas de Lindóia, em São Paulo, com LPI em Monte Sião. O paciente, que veio a óbito, não tinha registro de vacina contra a doença.
Quanto aos registros de morte de macacos (epizootia) confirmados para a febre amarela em 2024, o estado contabilizou quatro até o momento: dois em Bueno Brandão, um em Santa Rita de Caldas e um em Belo Horizonte. A morte de macacos é um sinal de circulação do vírus.
Além de recomendar aos municípios a intensificação vacinal e o monitoramento rápido de coberturas vacinais (MRC) nos territórios, a SES-MG também intensificou a vigilância epidemiológica no estado, diante da ocorrência de epizootias e de casos humanos de febre amarela.
A DOENÇA
A febre amarela é transmitida pela picada do mosquito Aedes aegypti. Os sintomas incluem febre de início agudo, associada à icterícia, podendo evoluir com fenômenos hemorrágicos e sangramentos. Outros sintomas são dores de cabeça, dores musculares, náusea, vômito, confusão mental e diminuição da diurese.
Uma parte dos pacientes evolui para a forma leve da doença, mas as formas moderadas e graves têm alta taxa de mortalidade, podendo alcançar até metade dos pacientes infectados.
“Os pacientes que apresentam sintomas de febre, especialmente associados à icterícia, devem procurar atendimento médico imediato para avaliação e confirmação ou não do diagnóstico de febre amarela”, adverte o médico infectologista do Centro de Informações Estratégicas em Vigilância em Saúde de Minas Gerais (Cievs Minas), Ricardo Luiz Fontes Moreira.
“Se a forma é muito leve, o tratamento pode ser feito com medicações. No entanto, se o paciente tem uma forma mais moderada ou grave da doença, com alteração da função dos rins ou hepática significativa, é necessário internação e muitas vezes tratamento em ambiente de terapia intensiva”, explica.
Esquema Vacinal e Cobertura
De acordo com as recomendações do Programa Nacional de Imunização (PNI), crianças entre nove meses e menores de cinco anos devem receber uma dose aos nove meses e uma dose de reforço aos quatro anos. Pessoas a partir de cinco anos que receberam apenas uma dose antes dessa idade devem receber uma dose de reforço. Pessoas de cinco a 59 anos não vacinadas devem receber uma dose única.
“No caso da febre amarela, a transmissão não acontece entre seres humanos, como no sarampo ou na gripe. Para a arbovirose, a proteção é individual, e o ideal é atingir uma cobertura de cem por cento da população”, salienta o médico.
“Essa é uma doença potencialmente grave, mas também prevenível. É importante lembrar que a vacina da febre amarela está disponível no sistema público de saúde e oferece proteção de mais de 90%”, reitera o infectologista.