Três acidentes ocorridos nesta semana em Minas Gerais acendem o alerta sobre as condições de saúde e trabalho dos motoristas profissionais, bem como o risco que isso representa para a sociedade. Alysson Coimbra, diretor científico da Associação Mineira de Medicina do Tráfego (Ammetra), critica o prazo de 10 anos para renovação da CNH da categoria, argumentando que os perigos inerentes à atividade e as jornadas exaustivas comprometem a segurança dos condutores de veículos pesados.
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Na madrugada de terça-feira (12/3), um motorista de caminhão sofreu um mal súbito, invadiu o canteiro central da BR-381 e atingiu uma placa de sinalização, vindo a falecer apesar do socorro prestado. Já na madrugada desta quinta-feira (14), dois outros acidentes fatais ocorreram na capital mineira: um motorista de aplicativo morreu após sofrer um infarto e colidir com um caminhão no Anel Rodoviário. No mesmo local, o condutor de um caminhão-tanque, transportando 23 mil litros de combustível, faleceu após o veículo tombar, explodir e incendiar várias casas nas proximidades, deixando nove pessoas feridas.
Coimbra destaca o descaso com a saúde dos motoristas, criticando a ampliação do prazo para a renovação da CNH para 10 anos pelo governo anterior. Ele argumenta que a avaliação periódica por especialistas em Medicina e Psicologia do Tráfego era a única oportunidade de diagnóstico precoce de problemas de saúde, e que a legislação desconsiderou esse risco, desestimulando cuidados regulares com a saúde desses profissionais.
O especialista enfatiza que os cuidados com a saúde dos motoristas profissionais não podem ser equiparados aos dos motoristas comuns, devido aos inúmeros fatores de risco envolvidos, como jornadas exaustivas, privação do sono e maior vulnerabilidade a doenças. Ele ressalta a importância dos exames médicos e psicológicos na preservação da saúde física e mental desses profissionais, que transitam diariamente pelas ruas, estradas e rodovias do país.
Coimbra também reitera que mudanças nas normas de segurança no trânsito sob o argumento econômico devem ser rechaçadas quando se trata de preservar vidas. Ele destaca os enormes custos associados aos acidentes de trânsito em termos de atendimento médico, benefícios previdenciários e perda de produtividade.
De acordo com o Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), o país perde anualmente cerca de R$ 50 bilhões devido a tragédias evitáveis, evidenciando a necessidade de medidas urgentes para melhorar as condições de trabalho e saúde dos motoristas profissionais e, consequentemente, reduzir os acidentes de trânsito.
Fonte: Hoje em Dia
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