Uma resolução da Agência Nacional das Águas (ANA) promete limitar o uso do reservatório de Furnas e ajudar no enchimento mais rápido do lago, de acordo com o Ministério de Minas e Energia. A medida entra em vigor no dia 2 de dezembro.
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A Resolução nº 193, publicada no dia 10 de maio, define novas diretrizes para a operação dos reservatórios que integram o Sistema Hídrico do Rio Grande.
As regras abrangem os reservatórios das hidrelétricas de Furnas, Marechal Mascarenhas de Moraes (Peixoto), Marimbondo e Água Vermelha.O documento estabelece dois períodos distintos no ano para o gerenciamento hídrico: o período úmido e o período seco. O período úmido, caracterizado por maior frequência de chuvas, abrange os meses de dezembro a abril. Já o período seco, que vai de maio a novembro, é marcado por uma significativa redução nas chuvas, o que afeta diretamente o nível do Lago de Furnas, que tende a baixar consideravelmente.
Para mitigar esse impacto, a ANA instituiu faixas de operação que devem ser seguidas pelos reservatórios, por exemplo:
Na faixa de operação normal, onde o nível de água está igual ou superior a 50% do volume útil, a cota mínima é 763 metros e não há restrições de vazão.
Já na faixa de operação de atenção, com o nível do reservatório entre 20% e 50% do volume útil, a vazão média mensal deve ser reduzida para 500 metros cúbicos por segundo.
Por fim, na faixa de operação de restrição, quando o nível está abaixo de 20% do volume útil, a vazão média mensal é ainda mais limitada, sendo reduzida para 400 metros cúbicos por segundo.Impacto na região
São José da Barra é uma das cidades banhada pelas águas de Furnas. Para o prefeito Paulo Sérgio (PSD), a resolução representa um avanço, não só para a cidade, mas para todas as comunidades que vivem ao redor do lago.
Segundo o chefe do Executivo, embora a medida traga benefícios, seria necessário algo ainda mais abrangente para enfrentar os desafios das variações no nível da água, que todos os anos causam prejuízos ao comércio e ao turismo locais.
“A resolução 193 tem grande valia aqui para o nosso povo, não só para São José da Barra, mas para todo em torno do lago. Em conversa com amigos aqui de Furnas, seria necessário algo ainda maior, mas no momento estamos satisfeitos, foi feito alguma coisa por nós […] Todo ano nós falamos sobre isso. É prejuízo. Todo o setor que sobrevive às margens do lago é prejuízo”, disse o prefeito.
O prefeito observou que São José da Barra, localizada no início do lago, ainda sofre um impacto menor do que as regiões mais distantes são severamente afetadas pelas quedas de vazão, o que aumenta ainda mais as dificuldades para os moradores.
Queda contínua
A Represa de Furnas banha 34 cidades, sendo que 29 delas estão no Sul de Minas. O lago interfere diretamente na economia e turismo destes municípios.
Conforme o Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS), o volume do Lago de Furnas está em queda desde o mês de abril.
Segundo os registros, em junho o volume estava em 73,88%. Em julho, caiu para 66%. Em agosto, chegou a 58,25%. Na segunda semana de setembro, o volume atingiu 44,54%. Já no fim de outubro, o volume atingiu 30%.