O decreto de Carielo, que tem como foco barrar músicas que promovem apologia ao crime, ao sexo explícito e a outros conteúdos considerados inadequados, ganhou força rapidamente. Após sua implementação, uma série de projetos de lei começaram a ser discutidos em câmaras municipais, com o objetivo de replicar a medida em outras localidades. Entre os proponentes estão a vereadora Géssicão, de Londrina (PR), o vereador Olímpio Araújo Júnior, de Curitiba (PR), e o vereador Vile Santos, de Belo Horizonte (MG), todos do Partido Liberal. Eles apresentaram propostas semelhantes em suas cidades, defendendo a censura de músicas que, em sua visão, contribuem para a degradação dos valores sociais.
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A iniciativa também se estendeu para o âmbito estadual. Em Santa Catarina, o governador Jorginho Mello adotou um decreto que proíbe a execução de músicas com conteúdos de incitação ao crime nas escolas estaduais, reforçando a preocupação com o impacto dessas letras no ambiente educacional e nas futuras gerações.
A discussão não se limita a uma esfera local ou estadual, e recentemente, a vereadora paulista Amanda Vetorazzo deu um passo mais ousado ao criar o PL Anti-Oruam. Esse projeto não apenas propõe a proibição da execução de músicas com apologia ao crime, mas também visa restringir a contratação de artistas que promovem esse tipo de conteúdo em suas apresentações. O caso mais emblemático é o do cantor Oruam, filho do traficante Marcinho VP.
A polêmica gerada pelo “Efeito Carielo” coloca em discussão os limites da liberdade de expressão artística e a responsabilidade do poder público em regulamentar o que é considerado adequado ou não para a sociedade. Defensores da liberdade artística argumentam que a medida pode ser uma forma de censura e de violação do direito à expressão. Por outro lado, os apoiadores dessas iniciativas consideram que é fundamental proteger a sociedade de conteúdos que, em sua visão, contribuem para a violência e a degradação moral.