Professores da Universidade do Estado de Minas Gerais (UEMG) em Passos devem participar de paralisação de 24 horas, nesta terça-feira (26). Segundo informações da Seção Sindical dos Docentes da Uemg (Aduemg), a manifestação foi aprovada em assembleia no dia 8 deste mês e tem como objetivo protestar contra sucateamento da instituição e da profissão.
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Além da paralisação, também estão previstos dois encontros no bloco principal da universidade, que fica na avenida Juca Stockler, no bairro Belo Horizonte. Também nesta terça-feira, será realizada uma audiência pública na Assembleia Legislativa de Minas Gerais (ALMG) para debater a situação na UEMG.
Segundo a presidente do diretório acadêmico da UEMG Passos, Luana Martins, a precarização afeta a instituição. “A universidade vem sofrendo defasagem, sobretudo pela precarização do serviço dos professores, diminuição de bolsas para permanência estudantil, monitorias e bolsas de extensão para professores e orientadores”, afirma.
Em Passos, a previsão é que parte dos docentes devem participar da paralisação. A expectativa é que os professores que são membros da Aduemg, e também alguns que não integram a seção, participem.
O primeiro encontro previsto para esta terça-feira deve ocorrer no auditório do bloco principal, às 10h, onde os manifestantes acompanharão a audiência pública da ALMG em Belo Horizonte. No segundo, às 19h, está prevista manifestação e panfletagem, seguida por uma roda de conversa promovida pelo diretório acadêmico e professores membros da Aduemg.
Segundo a associação, o orçamento estipulado pelo governo mineiro para a Uemg representa, hoje, somente 0,4% do Orçamento Geral de Minas Gerais. Em 2023, houve cortes nos orçamentos das faculdades estaduais mineiras, o que impacta na extinção/diminuição de algumas bolsas para docentes e estudantes. É reivindicado aumento para 2%.
Ainda de acordo com a Aduemg, nos últimos dez anos, o corpo docente acumulou 76% de perdas salariais. A remuneração dos professores das instituições estaduais mineiras é a segunda pior do Brasil, dentre todas as universidades públicas. Em alguns casos, a média salarial chega a ser inferior à dos professores da educação básica.
Parte dos docentes da UEMG possuem vínculo de trabalho estabelecido por meio de contratos temporários em processos seletivos simplificados. A Aduemg reivindica a criação de novos cargos contemplando a demanda de vagas de todos os cursos das universidades. Também é reivindicada a licença médica e licença maternidade.
A associação também protesta pela autonomia universitária. Prevista na Constituição Federal e na Constituição Estadual, a autonomia universitária não é respeitada em sua totalidade pelo governo estadual, segundo a Aduemg.