A Prefeitura de Guapé (MG) vai investigar a presença de água escura e com suspeita de contaminação no Complexo do Paredão, principal ponto turístico da cidade. Amostras da água foram coletadas nesta sexta-feira (4).
Participe do Canal Portal Onda Sul no WhatsApp
O complexo tem três cachoeiras, todas com uma queda d’água de pelo menos 40 metros. A Cachoeira do Paredão é tombada pelo município. Uma beleza exuberante que está correndo um risco de contaminação tão grande quanto ela.
Uma plantação de soja próximo a nascentes que desaguam no paredão estaria influenciando na qualidade da água. A Polícia Militar esteve no local no mês de fevereiro para autuar os responsáveis da fazenda por desobedecerem a ordem judicial que determina que a área não deveria ter plantação de leguminosa, mas sim área de floresta.
“E como a área muito grande, a gente está levantando novas informações para ver onde realmente está acontecendo essas intervenções para a gente realmente resolver o problema no ponto certo. Tem que ser feito um levantamento, criterioso, né, pra gente poder realmente levar uma informação a verdade e as pessoas certas de punidas e a gente resolver esse problema de fato pra não acontecer mais com o nosso parque que é um símbolo nosso tanto da parte de ecologia como da nossa parte do turismo”, disse o secretário de Meio Ambiente de Guapé, Marcelo Domiciano Gonçalves.
Nesta sexta-feira, equipes do Serviço de Saneamento Autônomo de Água e Esgoto de Guapé coletaram amostras de água para realizar análises. Os resultados devem ser encaminhados para a promotoria do Ministério Público.
“O que se pode fazer é uma análise da água para ver o que tem nela e o que de pode fazer, outra coisa que deve fazer, o proprietário das terras teve fazer medidas conservacionistas, barraginhas, cordões de vegetação, cordões de pedra, para evitar esse dano ambiental”, disse a bióloga Amônia Silva Oliveira.
O Dênis trabalha no complexo. A preocupação dele aumenta ao ver a água, que um dia foi cristalina, ficar assim.
“Eu trabalho aqui há mais de 20 anos. Até hoje eu não tinha visto isso acontecer, esses dias atrás já começou a preocupar. E a gente está sabendo que o maquinário lá em cima, que lá vai devastando a natureza toda. E a sujeira está descendo para a cachoeira, e a gente procura os órgãos públicos que não estão tomando atitude. Futuramente isso aqui vai encher de areia e não vai ter quem salvar isso aqui. Aí vai ser tarde para todos”, disse o gerente do complexo, Dênis Flávio Silva.
Problema que atinge todo o entorno. O seu Altamir tem uma propriedade localizada abaixo do nível do paredão. O barro também aparece na casa dele.
“Eu tenho aqui em torno de 20 mil plantas, tenho uma horta também e tenho a criação de peixes aqui, duas lagoas. E é claro, todo esse material vai vir e contaminar toda a biota do meio ambiente”, contou o paisagista Altamir Soares.
O medo de perder algo tão precioso gera revolta.
“Vamos juntar, unir a força. Não deixar acabar o cônico que nós temos. Isso aqui é o cartão postal da cidade. Isso aqui é tombado”, disse o trabalhador do turismo Marcos Antônio Souza.
“Água é vida, Água é o que a gente tem de mais precioso e Minas Gerais está acabando, o Brasil está acabando por falta de consciência, por falta de noção. Tem muita coisa nova, com muito jeito de você explorar sem causar um dano desse. É, assim, triste.
Desculpa a emoção, mas é de ver as coisas se deteriorando nossas riquezas”, disse a aposentada Marise Pacheco.
Por: Eptv/G1 Sul de Minas
Receba as notícias através do grupo oficial do jornalismo da Onda Sul no seu WhatsApp. Não se preocupe, somente nossos administradores poderão fazer publicações, evitando assim conteúdos impróprios e inadequados. Clique no link –> https://chat.whatsapp.com/KRGqHmN6Zph0dxGiOF3GN7