O número de vítimas de suicídio em Passos subiu de 17 para 19 entre 2022 e 2023 (11,76%). Entre janeiro e julho de 2024 foram registrados sete casos, três a menos que no mesmo período do ano passado. Nos sete primeiros meses de 2022 foram oito vítimas de suicídio na cidade, segundo dados da Diretoria de Estatística e Análise de Informações de Segurança Pública.
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Nas cidades que integram a 18ª Região Integrada de Segurança Pública (RISP), com sede em Poços de Caldas, ocorreram 166 suicídios em 2022 e 157 em 2023, com decréscimo de 5%. Entre janeiro e julho de 2024 foram 83 casos. Os números de 2022 (95) e 2023 (97) referentes aos sete primeiros meses do ano apontam aumento de 2%. Todos os dados incluem informações fornecidas pelas polícias Militar, Civil, Corpo de Bombeiros Militar e Secretaria de Estado de Justiça e Segurança Pública (Sejusp).
A fonte das informações são Armazém do Sistema Integrado e Defesa Social (SIDS) e o Módulo de Registro de Evento de Defesa Social (REDS).
Transtornos
A psicóloga Camila Lemos Batista, especialista na abordagem Terapia Cognitivo Comportamental, entende que o suicídio é um ato impulsivo que as pessoas encontram para se livrar definitivamente de problemas quando se sentem culpadas, desprezadas, decepcionadas, desamparadas e desvalorizadas perante os familiares e a sociedade.
“Este ato contra si mesmo pode ter diversas causas como rompimento, decepção ou perda de um relacionamento amoroso, dívida financeira, pressão psicológica no ambiente em que vive (familiares, amigos e/ou trabalho). Geralmente, pessoas que cometem este ato apresentam pouco recurso interno para lidar com as emoções desagradáveis como raiva, tristeza, medo, vergonha, e baixa capacidade de resolução de problemas, fazendo se sentirem desesperadas e consequente podem levar a cometer um atentado contra si mesmo”, explicou.
De acordo com Camila, “as pessoas com comportamento predominantemente impulsivo não conseguem manejar formas diferentes para lidar com as adversidades da vida. É nessa hora que as pessoas mais próximas, percebendo alterações comportamentais como choro frequente, isolamento social, perda de apetite precisam agir, levar a pessoa a buscar psicoterapia, apoio psiquiátrico e não achar que tudo isso é frescura. A psicoterapia pode auxiliar o paciente a mudar sua forma de pensar, sentir e agir, recuperar a autoestima, ativar bons recursos internos e retomar a rotina de vida diária”, ressaltou Camila, passense formada em 2004 pela Unifran; porém reside atualmente em Carmo do Rio Claro.
É preciso que amigos, familiares e pessoas próximas fiquem atentos aos sinais de alerta, como mudanças súbitas de comportamento, isolamento, ideias recorrentes de morte, entre outros, porque em boa parte dos casos os indivíduos dão sinais do seu processo de adoecimento mental. O apoio de pessoas próximas é fundamental para que as pessoas busquem ajuda o quanto antes.