Nesta quinta-feira, 28 de setembro, é celebrado o Dia Mundial de Combate à Raiva, um dado que tem como objetivo conscientizar a população e os produtores rurais sobre a importância da vacinação de animais de produção contra essa doença. Infelizmente, dados alarmantes revelam que, no primeiro semestre deste ano, apenas 16% dos rebanhos de Minas Gerais foram vacinados. Uma consequência trágica desse cenário é o registro de uma morte humana causada pela raiva em 2023.
De acordo com informações do governo de Minas Gerais, o Instituto Mineiro de Agropecuária (IMA), ligado à Secretaria de Estado de Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Seapa), informou que em 2022 foram vacinados 1.540.886 bovinos contra a raiva. Entretanto, no primeiro semestre deste ano, apenas 4.029.495 bovinos tiveram vacinação registrada, o que representa cerca de 84% dos rebanhos que ainda não estão imunizados.
Embora tenha ocorrido um aumento no número de animais vacinados em comparação com o ano anterior, o governo ressalta que o número de reclamações recebidas ainda é insuficiente, considerando que o estado possui aproximadamente 25 milhões de bovinos.
A raiva é uma zoonose causada por um vírus que afeta o sistema nervoso central de mamíferos, incluindo animais rurais, cães, gatos, raposas, macacos e morcegos. A doença é letal e a vacinação é o único meio eficaz de prevenção do gado.
Isabella Hoske Gruppioni, coordenadora do curso de veterinária das Faculdades Promove, enfatiza que, embora seja raro, há a possibilidade de transmissão da raiva de animais para seres humanos. No entanto, esse risco se aplica principalmente à população rural que lida diretamente com o manejo de animais. A transmissão ocorre através do contato com saliva e secreções de animais infectados.
Gruppioni esclarece ainda que a transmissão da raiva não ocorre por meio do consumo de carne ou leite, pois a letalidade da doença é quase total. Portanto, a vacinação do gado é essencial.
Embora a vacinação contra a raiva não seja obrigatória por falta de regulamentação específica, a Lei 10.021/1989 e o decreto 30.879/1990 impedem a vacinação em Minas Gerais. A não realização da vacinação pode resultar na perda de animais devido à doença.
O governo de Minas Gerais ressalta que o IMA tem realizado um trabalho educativo intensivo, abordando produtores em suas propriedades rurais e nas unidades do IMA, para conscientizá-los sobre a importância da vacinação como medida preventiva contra essa doença grave. Essas ações resultaram em um aumento nas declarações em relação ao ano anterior.
É importante observar que quaisquer mamíferos, como bovinos, equinos, caprinos ou ovinos, que apresentem sintomas como dificuldade de locomoção, deitar-se de lado, movimentos de pedalagem e dificuldades para engolir e defecar, devem ser considerados suspeitos de raiva. Nesses casos, é essencial não se aproximar do animal e entrar em contato com o IMA ou um médico veterinário.
Em 2023, até o final de agosto, foi registrado um óbito humano por transmissão da raiva em Minas Gerais. Um produtor rural de 60 anos da cidade de Mantena, no Leste do estado, faleceu após ter contato direto com um bezerro com dificuldades de engolir, sem a devida proteção, resultando na infecção pelo vírus da raiva e conseqüente óbito.
Fonte: Hoje em Dia
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