O Instituto Federal Sul de Minas, unidade Passos, suspendeu o calendário acadêmico de 2024 por tempo indeterminado na última segunda-feira. Professores e técnicos da instituição estão em greve desde o dia 15 deste mês e, após assembleias dos servidores e diálogo com a direção, foi emitida a portaria nº 53/2024, publicada na última segunda-feira, 22, que define os serviços essenciais que permanecerão em funcionamento.
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De acordo com a portaria, assinada pelo diretor-geral do campus Passos, Juliano de Souza Caliari, o calendário acadêmico do curso técnico de Enfermagem segue mantido. As atividades dos demais cursos presenciais e de educação a distância (EaD) estão suspensas por tempo indeterminado.
A decisão dá continuidade à greve iniciada em 15 de abril no IF Sul de Minas, campus Passos. De acordo com o documento, alguns dos serviços essenciais que serão mantidos são o pagamento dos auxílios e bolsas para estudantes de baixa renda, atendimento aos alunos com necessidades específicas, serviços de saúde prestados pelos alunos de enfermagem nas UPAs, UBSs e hospitais de Passos e região e atendimento à comunidade do Núcleo de Apoio Contábil e Fiscal da Receita Federal.
De acordo com a professora Mariana Teixeira, uma das principais reivindicações da greve é a revogação da portaria 983, instituída em 2020 pelo então ministro da educação, Milton Ribeiro, que tornou obrigatório que todos os docentes da rede federal de educação profissional, científica e tecnológica cumprissem o mínimo de 14 horas semanais dedicadas apenas ao ensino, o equivalente a 17 horários de aula por semana.
“Ora, se as nossas atribuições fossem apenas dar aula, faria algum sentido. A questão é que, enquanto docentes dos institutos federais e Cefets, nós temos uma série de outras atribuições, como, por exemplo, as orientações de TCC, ocupar os cargos de coordenação, bem como uma série de comissões que mantêm o funcionamento dos campi Brasil afora”, afirma.
“Mas não para por aí. A portaria 983 compromete e atrapalha duas das nossas missões institucionais: fazer pesquisa e extensão. Quem se dedica a essas funções necessita de tempo de estudo, de leitura, de escrita para orientar as iniciações científicas e para publicar aquilo que é pesquisado. Logo, o cumprimento dessa portaria compromete profundamente essas atividades, e mais do que isso, compromete também o nosso potencial no desenvolvimento científico e tecnológico no Brasil”, completou.