A Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) alertou, nesta quinta-feira (12), que o vírus sincicial respiratório (VSR) predomina entre os casos de síndrome respiratória aguda grave (SRAG) em crianças no Brasil.
De acordo com a nova edição do boletim InfoGripe, o vírus foi responsável por 59% dos casos de SRAG com diagnóstico laboratorial entre crianças de 0 a 4 anos nas últimas quatro semanas epidemiológicas, que compreende o prazo de 11 de dezembro a 7 de janeiro.
Segundo a Fiocruz, o índice se destaca especialmente em São Paulo, Distrito Federal e nos três estados da região Sul. Além disso, também se observa a presença acentuada desse vírus no grupo de 0 a 4 anos no Espírito Santo, Minas Gerais e Roraima. O levantamento é referente à semana epidemiológica 1 de 2023, que compreende o período de 1 a 7 de janeiro.
Nas demais faixas etárias, a Covid-19 segue prevalecendo entre os casos da síndrome respiratória grave. O pesquisador Marcelo Gomes reforça a importância de se manter a vacinação em dia.
Até o momento, apenas cerca de 39% da população infantil de 3 a 11 anos finalizou o esquema vacinal contra a doença no país, segundo a Fiocruz. O pesquisador ressalta a relevância da vacinação contra a Covid-19 para este público, visando reduzir os riscos de doença grave.
Uma pesquisa publicada no periódico Nature Medicine apontou que, em 2022, a hesitação de pais e responsáveis quanto à vacinação infantil contra a Covid-19 aumentou em 56,3% no Brasil.
“Chama atenção que, infelizmente, atualmente um percentual importante da população tem se mostrado em dúvida se vale a pena ou não vacinar principalmente as crianças e adolescentes”, ressaltou.
Nos primeiros dois anos da pandemia, segundo estudo da Fiocruz, a doença foi responsável pela morte de duas crianças de até 5 anos por dia no Brasil.
Nas últimas quatro semanas epidemiológicas, a prevalência entre os casos como resultado positivo para vírus respiratórios foi de 1% para influenza A; 0,2% para influenza B; 12,6% para VSR; e 77,8% para coronavírus. Entre os óbitos, a presença destes mesmos vírus entre os positivos foi de 0,3% para influenza A; 0,0% para influenza B; 0,8% para VSR; e 96,6% para o vírus da Covid-19.