As receitas com exportações de café nos dois primeiros meses deste ano em Minas chegaram a US$ 1,8 bilhão, o que corresponde a 70% dos US$ 2,6 bilhões exportados pelo agro no estado.
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Mesmo com queda de 24% no volume de produtos enviados para o exterior no primeiro bimestre, a receita do agro cresceu 18% e ficou acima do desempenho da mineração, tradicional líder nas exportações do estado. Em janeiro e fevereiro, o agro mineiro exportou 1,4 milhão de toneladas.
Minas ficou em na terceira posição entre os principais exportadores no primeiro bimestre, com participação de 11,6% nas vendas totais. O estado superou o Paraná e se destacou como o único, entre os mais bem posicionados, a registrar crescimento na receita das vendas agropecuárias, impulsionado pela valorização das commodities, principalmente do café. Ao todo, 150 países compraram produtos mineiros, com destaque para Estados Unidos (14%), China (13%), Alemanha (8%), Bélgica (6%) e Itália (6%).
Para o secretário de Agricultura, Pecuária e Abastecimento de Minas Gerais, Thales Fernandes, o estado segue como peça-chave na pauta exportadora brasileira pelos volumes e pela diversidade dos produtos, que atraem cada vez mais compradores.
Café, carnes e silvicultura
O carro-chefe das exportações mineiras segue sendo o café, que atingiu US$ 1,8 bilhão em receita com a venda de 5 milhões de sacas. Esses valores representam um crescimento de 56% no valor e uma leve queda de 6% no volume em relação ao ano anterior. A commodity respondeu por 70% da receita total do agronegócio do estado, reforçando o papel central de Minas Gerais como maior produtor e exportador de café do Brasil.
As principais carnes exportadas por Minas cresceram 20% na receita (US$ 247 milhões) e 13% no volume enviado. A carne bovina lidera, com US$ 171 milhões em receita e 36 mil toneladas embarcadas para, principalmente, China, EUA, Chile, Argélia e Rússia, que responderam por 83% das compras.O crescimento da demanda asiática impulsionou as exportações da carne de frango, que chegaram a US$ 61 milhões e volume de 32 mil toneladas. As vendas de carne suína registraram US$ 11 milhões, com o embarque de 6 mil toneladas.
O setor de produtos florestais, que abrange celulose, madeira, borracha natural e gomas naturais, apresentou um aumento de 17% na receita, alcançando US$ 197 milhões, enquanto o volume cresceu 18%, totalizando 330 mil toneladas. Celulose e papel registraram altas na receita da ordem de 18% e 80%, respectivamente.
Quedas
O complexo sucroalcooleiro (açúcares e álcool) teve quedas de 54% na receita (US$ 176 milhões) e de 50% no volume (379 mil toneladas) por conta da menor disponibilidade de cana-de-açúcar durante a entressafra prolongada e da concorrência da matéria-prima para a produção de etanol.
O complexo soja, formado por soja em grãos, farelo de soja e óleo de soja, também registra retração nas exportações. A receita de US$ 84 milhões e o embarque de 199 mil toneladas representaram uma queda de 55% e 48%, respectivamente. A variação é consequência de adversidades climáticas, como a estiagem prolongada em importantes regiões produtoras.
