O prefeito de Carmo do Rio Claro, Filipe Carielo, continua criando novos decretos para o município. Depois da proibição do funk nas escolas do município e também da circulação na cidade (como é o caso da Carreta Furacão e outros do mesmo segmento), agora a Administração Municipal pretende criar um decreto para que transexuais sejam impedidas em competições esportivas com relação ao seu gênero.
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“Mulher disputa com mulher e homem disputa com homem”, disse o prefeito. O anúncio foi feito ao vivo durante um programa de rádio e depois foi publicado nas suas redes sociais. No discurso, Filipe usou o boxe feminino das Olimpíadas 2024, como uma das referências para a sua decisão.
“Não vamos admitir que um homem dispute nas categorias femininas somente porque se sente mulher. Não é justo com as mulheres biológicas, não foi justo o que aconteceu nas olimpíadas de Paris. Não teremos o que aconteceu lá, acontecendo aqui”, disse ele no seu Instagram.
De acordo com o prefeito de Carmo do Rio Claro não é sobre preconceito, mas se as mulheres ou homens transexuais quiserem competir, que seja através do fator biológico. A nova proibição continua dividindo opiniões. Não há um registro de quantos transexuais existem no município e qual a relação dessas pessoas com o esporte.
Embora o prefeito seja conservador de Direita, no seu primeiro mandato não haviam tantos sinais e decretos com relação a pautas diversas, como essas. O segundo mandato do prefeito não só afirma a sua posição política, como também o projeta para outros níveis.
Caso Imane Khelif
Para contexto, Khelif é uma mulher cisgênero (ou seja, se identifica com o gênero atribuído a ela no nascimento), mas é intersexo. Pessoas intersexo nascem com características que não se enquadram no binarismo biológico “masculino” ou “feminino”. Isso quer dizer que, entre muitas outras coisas, pode haver variação em órgãos genitais, cromossomos ou em níveis hormonais. Algumas pessoas intersexo podem ter o cromossomo XY mesmo sendo mulheres cisgênero, por exemplo.
A situação de Khelif está na produção de testosterona considerada mais elevada do que o “comum” em outras mulheres cisgênero. Esse fator, por exemplo, fez Khelif ser barrada de competir pela Associação Internacional de Boxe (IBA, na sigla em inglês) por ter reprovado no teste de gênero.
O mesmo aconteceu com a boxeadora taiwanesa Lin Yu-ting, da categoria até 57 kg. A IBA, no entanto, está suspensa do Comitê Olímpico Internacional (COI). Khelif e Yu-ting foram consideradas aptas pelo COI para competir nos Jogos de 2024.
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