O presidente da ABRAS – Associação Brasileira dos Supermercados – João Galassi alerta para os rumos que a cesta básica pode levar se houver uma reforma tributária uniforme para os produtos da agropecuária, porque existem diferenças na aplicação de impostos de acordo com cada estado.
De acordo com Galassi, os cálculos feitos pelo governo federal estão equivocados em alguns pontos e pode subir a cesta básica em até 60%, sempre variando o índice conforme as diversas regiões brasileiras. Algo assustador!
A Frente Parlamentar da Agropecuária e as principais entidades que lideram o agronegócio brasileiro, fazem alerta contra a inflação e colocam pedras no caminho da Reforma Tributária que está sendo discutida em Brasília.
Depois do relatório minucioso apresentado publicamente pela Associação Brasileira de Supermercados, acompanhado de outros números da Secretaria de Fazenda do Mato Grosso, estado líder nacional na produção de carne e grãos, a relatoria da Reforma Tributária já admite rever alguns pontos nevrálgicos da proposta.
Confira os principais itens levantados pelo governo do Mato Grosso:
- De imediato haveria 12,5% na cesta básica e da carne para o consumidor mato-grossense. Aqui não se avaliou os cálculos da Associação Brasileira dos Supermercados.
- O feijão e o arroz são livres de impostos no Mato Grosso e passariam a ser taxados pelo governo federal, que a cada instante reafirma o desejo de matar a fome dos pobres.
- Óleo de soja, café, leite e o pão francês teriam aumento de 8,5 a 10,5%
- Também o biodiesel e o etanol de milho seriam atingidos. Logo agora que novas usinas estão sendo implantadas oferecendo ao produtor mais alternativa de comercialização do milho.
- O custo da produção de soja aumentaria 7,48%, o milho 9,65% e o algodão 8,96%. São aumentos que de forma automática vão descer para o bolso do consumidor no sul e sudeste.
O açúcar também não escapa das taxas sugeridas pela Reforma Tributária. Por sinal, o açúcar virou o doce do agronegócio brasileiro, líder mundial na exportação. Nunca é demais relembrar que Minas Gerais contribui ativamente nesse segmento. Afinal, somos o segundo no Brasil na produção de açucar e etanol.
E somos o primeiro no comando dessa energia limpa que vai contribuir internacionalmente na descarbonização do mundo. O mineiro Mário Campos, além de presidente da SIAMIG, associação que reúne as usinas de açúcar, etanol e bioeletricidade de Minas Gerais, é presidente da Bioenergia Brasil.
Carne bovina aposta risco de aumento
O consumo da carne bovina tem seguido um bom ritmo, mesmo com os preços ainda distantes de uma camada da população que ainda espera a picanha prometida. O frango, porco e ovos que vão em seguida na preferência do consumidor também continuam com preços estacionados.
As duas pontas da cadeia da carne, produtor e consumidor, vão se revezando no pagamento de tributos quando o mercado se desengrena e a inflação bate à porta da população.
Quando a carne disparou o bolso doeu e muita gente começou a não mais frequentar os balcões de açougues e casas de carnes. Passados 2 anos as coisas foram se alinhando e boa parte dos brasileiros voltou a comer carne, se aproveitando muito das promoções. Num determinado período o produtor de gado bovino começou a pagar o pato. O custo de produção não era coberto na venda do boi.
Acabou a chuva, o frio chegou e o boi de pasto foi acabando pelo preço oferecido na porteira da fazenda. Hoje, a arroba do boi confinado apresenta uma nova tabela de preços e os frigoríficos sem muita alternativa de negociação. Os abates estrategicamente estão obedecendo uma escala mais lenta podendo provocar uma demanda acima da produção e na sequencia aumentando os preços do boi para o mercado varejista. Tomara que eu esteja completamente equivocado!
Brasil tem mais boi do que gente
O IBGE, Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística confirma que o Brasil tem mais boi do que gente. Hoje são 224 milhões de cabeças de boi no país contra 202 milhões de brasileiros. O Mato Grosso tem 33 milhões, Pará tem 24 milhões e Minas Gerais com 23