Produtores e corretores de café das regiões do Sul de Minas e do Vale do Rio Doce se reuniram em protesto nesta segunda-feira (11) em frente a uma exportadora em Varginha. Esta empresa está sendo investigada devido ao não pagamento de dívidas que afetam os produtores. Os manifestantes reivindicam o pagamento de sacas de café atrasadas, cujo prejuízo total pode alcançar cerca de R$ 300 milhões.
O caso se agravou em julho, quando um atraso de R$ 73 milhões foi registrado em um boletim de ocorrência, levando a Polícia Civil a abrir um inquérito para investigar. A empresa em questão solicitou à Justiça um prazo de 180 dias para suspender as cobranças, mas foi concedido apenas 60 dias para apresentar um plano de recuperação. Ela oferecia duas formas de pagamento aos cafeicultores: pagamento físico, onde o café era recebido e pago em dez dias, e o método de “afixar”, com pagamento inicial de 40% do valor e o restante após a definição de um preço.
A empresa argumentou que as mudanças climáticas de 2020 e 2021 impactaram negativamente as entregas dos cafeicultores no mercado futuro, complicando a situação financeira da empresa. Um advogado representando 30 produtores enfatizou que existem mecanismos financeiros para enfrentar a queda nas safras. Até o momento, a empresa MCC não iniciou oficialmente o processo de recuperação judicial. As investigações sobre os atrasos nos pagamentos prosseguem, com a Polícia Civil ouvindo os envolvidos e conduzindo o inquérito dentro do prazo legal estabelecido.