Nos últimos 20 anos, Minas Gerais tem enfrentado um aumento significativo nas temperaturas, com um acréscimo de 1,1°C, colocando o estado entre os cinco mais quentes do Brasil, segundo dados do Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet). Nos últimos 10 anos, Minas aparece entre os três estados com maior elevação térmica, ficando atrás apenas de Mato Grosso e Amazonas. A partir de 2023, Belo Horizonte se destacou como a capital que mais esquentou no país, com um aumento de 4,23°C em relação à média histórica.
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2024: O ano mais quente
De acordo com a Organização das Nações Unidas (ONU), 2024 foi o ano mais quente já registrado no planeta, e em Minas Gerais, os efeitos não foram diferentes. Dados do Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet) mostram que, nos 10 dias mais quentes do ano passado, a média de temperatura foi 0,7°C superior à dos 10 dias mais quentes de 2014. Em comparação com os 10 dias mais quentes de 1994, a temperatura média foi 1,2°C mais alta. A média anual de 2024 também foi 0,8°C maior que a registrada entre 1991 e 2020. Além disso, Belo Horizonte bateu recorde de temperatura durante o inverno, com 34,4°C. O calor extremo, combinado com chuvas intensas, tem causado grandes danos no estado, evidenciando a crise climática e as anomalias climáticas.
Anomalias de temperatura
O aumento das temperaturas em Minas Gerais pode ser analisado por meio das anomalias de temperatura, que comparam a temperatura média atual com a de períodos passados. Quando comparado ao intervalo de 1981 a 2010, o estado atingiu 2°C acima da média histórica. Pesquisa do Centro Nacional de Monitoramento e Alertas de Desastres Naturais (Cemaden) revelou que 18 das 20 cidades mais quentes do Brasil estão em Minas, com destaque para o Vale do Jequitinhonha.
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Causas
Estudos da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) apontam que o aumento das temperaturas e os desastres climáticos no estado estão relacionados à expansão urbana desordenada e à redução de áreas permeáveis. Em 2023, a Prefeitura de Belo Horizonte (PBH) registrou a derrubada de 7.326 árvores. Outro fator importante é o desmatamento da Mata Atlântica e do Cerrado. O Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE) indicou que Minas Gerais foi o estado que mais destruiu a Mata Atlântica no Brasil, e cinco das 10 cidades com maior destruição do bioma são mineiras.
Projeções
De acordo com o Painel Nacional de Mudanças Climáticas (IPCC), se não houver uma redução nas emissões de gases de efeito estufa e um replanejamento urbano focado em áreas verdes e permeáveis, a temperatura média de Belo Horizonte pode subir 3°C até 2050. Relatórios do Inmet também indicam que as ondas de calor no estado se tornaram 15% mais frequentes nas últimas duas décadas, sugerindo que o aumento de 3°C pode ocorrer antes do esperado.
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