O setor de construção civil da região começa a ser afetado pela escassez de areia. O principal motivo é a alta demanda, principalmente com a construção da cervejaria Heineken a todo vapor, e a baixa quantidade do material em alguns pontos do Rio Grande, na divisa com o município de São João Batista do Glória.
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Em contato com alguns depósitos de material de construção, o produto, fundamental a edificações, é encontrado apenas nos distribuidores que compram das empresas extratoras.
Um dos proprietários da Areia Porto Velho, Wellington Almeida, está no ramo há décadas e atuante na retirada do produto na região do condomínio de ranchos que leva o mesmo nome, no município de Passos, afirma que deve cessar em breve as atividades temporariamente.
“Acabou! Estou tendo prejuízo e não encontra areia como antes. Onde tem o resto, cerca de 20%, há dificuldades para se navegar por causa do baixo nível da água do Rio Grande”, explicou o empresário que prioriza a venda do tipo grossa, usada na concretagem.
Entre a ponte do Rio Grande e a região das Três Ilhas há duas extratoras. Uma delas é a Primo, cujo areeiro se localiza na margem do rio e abaixo da indústria de açúcar Ipiranga Agro, e a outra é a União, que possui o depósito na margem da ponte no município do Glória. Em uma área de aproximadamente três quilômetros de margem rio abaixo, sua exploração já ultrapassa 50 anos e, com o passar do tempo, a areia tende a acabar.
“Está difícil a extração. Temos que ir longe com as dragas e voltar cheias. Sem contar que são constantes os danos das hélices por causa do nível baixo da água, fazendo o barco chocar contra as muitas e enormes rochas submersas de difícil visão do piloto. Nossa expectativa é sobre a volta das chuvas que levam o barro misturado com o produto até o leito do rio. Até mesmo a areia fina, chamada de barranco, e usada para reboco, está escassa”, afirmou o gerente da Primo, Deiguison Silva.
Falta draga
A situação da extratora Seleta é totalmente oposta aos areeiros acima e abaixo da ponte, porque o raio do campo de retirada se localiza no condomínio de ranchos populares Três Ilhas, já na represa da Usina de Peixoto, é explorado há poucos anos.
“Nosso problema é a alta demanda, porém não temos dragas suficientes para aumentar a quantidade no areeiro. Trabalhamos com apenas dois barcos. Por aqui, tem muita areia, todavia nos faltam mais equipamentos para atender as médias e grandes empresas da área de construção civil e particulares em Passos”, esclareceu Alfeu Almeida.
A reportagem apurou que outro município da região produtor e comercializador de areia é Pratápolis, mas também encontra dificuldades de extração no Rio São João por causa de anos e anos de exploração. A alternativa dos donos de depósitos em Passos é revender saibro ou piçarra das jazidas localizadas no município de Ibiraci, próximo da divisa do estado de São Paulo, na região de Franca. São os minerais substitutos imediato da areia retirada no Rio Grande, entretanto com serventia apenas para reboco.
Fonte: Clic Folha