Em uma decisão impactante, a Polícia Militar de Minas Gerais (PMMG) anunciou, na terça-feira (5), o cancelamento oficial do seu concurso público. Previsto para ocorrer no próximo domingo (10), o certame foi suspenso em obediência a uma ordem do Supremo Tribunal Federal (STF), seguindo uma medida cautelar determinada pelo ministro Nunes Marques.
A medida judicial atende a controvérsias envolvendo a igualdade de gênero, uma vez que o edital do concurso previa uma restrição significativa à participação feminina — das 2.901 vagas disponíveis para o cargo de soldado, apenas 290 estavam abertas para mulheres. Tal discriminação desencadeou uma intervenção legal, refletindo um claro confronto com os princípios da Constituição Federal sobre igualdade de direitos e oportunidades.
Em decorrência do cancelamento, a PMMG orientou que todos os candidatos inscritos deverão requerer a restituição do valor investido na taxa de inscrição. Além disso, a corporação anunciou que um novo edital será publicado, embora sem especificar uma data. O comunicado, emitido pelo Chefe do Centro de Recrutamento e Seleção da PMMG, Tenente Coronel Willdré Luiz Santos Fortunato, sinaliza uma futura reavaliação dos critérios do processo seletivo.
A controvérsia envolvendo a limitação de vagas para mulheres não é um caso isolado na esfera das instituições militares brasileiras. De fato, as polícias militares de 17 estados, além do Corpo de Bombeiros, enfrentam desafios legais similares no STF, indicando um debate nacional sobre a equidade de gênero dentro dessas forças.
O cancelamento deste concurso e a subsequente atenção do STF reforçam a importância de revisitar e reformular políticas de recrutamento, visando assegurar a inclusão e a igualdade. A decisão do ministro Kassio Nunes Marques destaca uma tendência jurisprudencial favorável à eliminação de barreiras discriminatórias, sinalizando um possível caminho para futuras seleções.
Enquanto a PMMG prepara-se para redigir um novo edital, a expectativa é que este momento seja um marco para a promoção da diversidade e inclusão nas forças militares estaduais.