Dados recentes do Ministério da Saúde apontam uma preocupante queda na adesão à vacinação contra a Influenza entre os idosos em Minas Gerais. No período de março a maio deste ano, apenas 55% dos idosos foram vacinados, em comparação com o mesmo período de 2022.
A médica Rosana Richtmann, do Instituto de Infectologia Emílio Ribas, expressou sua preocupação com os números, afirmando que “os números estão abaixo do estimado como nunca estiveram”. Ela enfatizou que essa baixa cobertura vacinal é um recorde desde o início das campanhas de vacinação contra a gripe, que foram incorporadas ao Programa Nacional de Imunizações (PNI) em 1999.
Segundo os dados, apenas 56% da população idosa acima de 60 anos recebeu a vacina contra a influenza, um número significativamente abaixo das metas estabelecidas no passado. Tradicionalmente, crianças e gestantes enfrentavam mais dificuldades para alcançar as metas de vacinação, mas a situação agora é alarmante entre os idosos.
Rosana Richtmann destacou que essa baixa adesão à vacinação é ainda mais preocupante devido ao envelhecimento da população, que aumenta a suscetibilidade a doenças como a gripe. Ela alertou para a relação entre doenças virais e complicações cardiovasculares, enfatizando a importância da prevenção da gripe não apenas para evitar infecções agudas, mas também para reduzir o risco de problemas cardiovasculares posteriores.
O Ministério da Saúde também observou um aumento significativo nos casos de Síndrome Respiratória Aguda Grave (SRAG) por Influenza em idosos, com um aumento de 4,5 vezes em 2023 em comparação com o mesmo período de 2022. Cerca de 96,1% desses casos exigiram hospitalização até maio deste ano.
O coordenador do boletim InfoGripe da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), Marcelo Gomes, apontou a diminuição da percepção de risco associado à gripe como um dos motivos para a queda na busca pela vacina. Ele também alertou para a circulação contínua do vírus Influenza e a volta do H1N1 neste ano.
Gomes enfatizou a importância do uso de máscaras de proteção por pessoas com sintomas de gripe, especialmente em ambientes públicos, como uma ferramenta valiosa para a prevenção da doença. Ele argumentou que os brasileiros estão perdendo a oportunidade de criar uma conscientização sobre o uso da máscara como defesa contra a gripe, mesmo com a redução dos casos de COVID-19.
De acordo com o Ministério da Saúde, de 2021 para 2022, o número de óbitos causados pela Influenza no Brasil aumentou 135%, sendo que os idosos são os mais afetados. As infecções respiratórias agora representam a quarta maior causa de mortalidade entre a população idosa no país.
As autoridades de saúde reforçam a importância da vacinação contra a Influenza, especialmente entre os grupos de risco, como os idosos, para prevenir doenças graves e salvar vidas.
Fonte: Hoje em Dia
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