O Ministério Público de Minas Gerais está investigando a conduta do prefeito de Carmo do Rio Claro, Filipe Carielo. A Promotoria de Justiça solicitou informações preliminar para apurar duas condutas do prefeito; “a manifestação favorável às pessoas condenadas por atos antidemocráticos de 8 de janeiro de 2023 e aquelas relacionadas às contratações das atrações”.
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Durante o evento Carmo Rodeio Fest, Filipe Carielo subiu no palco com uma grandiosa faixa contendo os dizeres “Anisitia já! Liberdade aos patriotas perseguidos do 8 de janeiro”. Além disso, o prefeito fez um longo discurso sobre a situação e pediu ao Congresso a aprovação da anistia aos perseguidos. “Por isso, a gente pede ao Congresso, Rodrigo Pacheco, Arthur Lira, deputados e senadores, que aprovem já a anistia aos perseguidos políticos do 8 de janeiro e ao perseguido político, ex-presidente Jair Bolsonaro, para ele se candidatar democraticamente a presidente da República em 2026”, concluiu.
As cinco duplas contratadas pela Prefeitura de Carmo para o rodeio entre 1º e 5 de novembro custaram juntas ao município R$ 1,08 milhão. O valor corresponde a 0,96% do Orçamento de Carmo projetado para este ano, que é de R$ 111,4 milhões. Enquanto a contratação de Fernando & Sorocaba custou R$ 360 mil, a dupla Clayton & Romário cobrou R$ 220 mil; Pedro Paulo & Alex e Munhoz & Mariano, R$ 200 mil; e Carreiro & Capataz, R$ 100 mil.
Questionado sobre a manifestação em um evento financiado com recursos públicos, Carielo argumentou que o objetivo principal do Carmo Rodeio Fest era “celebrar a cidade e promover a integração da nossa comunidade”. “Minha manifestação foi uma posição pessoal, sem caráter político-partidário e, mais importante, sem qualquer ruptura institucional. Não fiz pedido de intervenção militar, fechamento de instituições ou qualquer outra ação antidemocrática”, justificou.
O prefeito voltou a falar sobre o assunto no evento dedicado a distribuição do bolo de aniversário de Carmo do Rio Claro. Realizado na Praça Dona Maria Goulart, no domingo (11/11), explicando a sua atitude. Nas redes sociais, ele se descreve como “prefeito de direita”.
O prefeito de Carmo ainda defendeu que o pedido por anistia foi “uma manifestação em defesa da democracia e da justiça, pautada no respeito ao ordenamento jurídico e às instituições democráticas”. “É importante destacar que o pedido de anistia não é para todos os envolvidos indiscriminadamente, mas especialmente para aqueles que se manifestaram de forma legítima no dia 8 de janeiro”, alegou Carielo, que ainda disse reconhecer “atos criminosos” cometidos por quem “depredou o patrimônio”.
Filipe Carielo ainda não foi notificado pelo Ministério Público para a apuração dos supostos crimes e a promotoria ponderou que as eventuais imputações serão definidas após a análise das informações solicitadas.
Fonte: O Tempo