A vacina Qdenga (Takeda Pharma), aprovada para uso contra a dengue no Brasil, em breve poderá estar disponível no Sistema Único de Saúde (SUS). A informação foi confirmada pela diretora-executiva da Takeda no Brasil, Vivian Kiran Lee, em coletiva de imprensa realizada nesta terça-feira (14/11).
“Recebemos ontem (13/11) um ofício da Comissão Nacional de Incorporação de Tecnologias no Sistema Único de Saúde (Conitec) e temos cinco dias úteis para respondê-lo. Estamos comprometidos em promover o acesso da vacina ao SUS. Por isso, estamos trabalhando de perto com o Governo para fazer isso o mais rápido possível. A expectativa é que até o início de 2024 haja um acordo.”
Segundo a diretora, a Takeda garante a capacidade de suprir a demanda necessária para os grupos prioritários que propuseram à Conitec. “Estamos aguardando mais discussões e negociações para definir como seria esse fornecimento ano a ano. Mas, o volume da nossa proposta é um dos maiores de vacinação inicial incluído no programa de vacinação.”
O Brasil é o país que lidera o ranking de casos de dengue no mundo. De acordo com o presidente da Sociedade Brasileira de Infectologia, Alberto Chebabo, no ano passado, o país teve aproximadamente 1,4 milhão de ocorrências, com 1.016 óbitos. A tendência é que esses números sejam superados em 2023, uma vez que faltando ainda seis semanas para o final do ano, já foram registrados 1,6 milhão de casos e 1.000 mortes.
Uma das alternativas apontadas por especialistas para conter a epidemia, é a vacinação. “Precisamos de ações mais práticas no sentido de diminuir o vetor. Por exemplo, de um lado, a vacina, do outro lado, a biotecnologia pode ajudar com isso. O que o país precisa mesmo é investir mais na prevenção, na educação e na biotecnologia,” aponta a infectologista do Instituto Emílio Ribas, Rosana Richtmann.
Pesquisa
Durante a coletiva de imprensa, foram abordados dados de uma pesquisa realizada pela Ipsos. O estudo mostrou que 67% dos brasileiros lembraram da dengue quando questionados sobre quais surtos de doenças são recorrentes no Brasil. Esse resultado de 2023 revelou que o índice foi muito superior aos 39% registrados na primeira edição do estudo, em novembro de 2021.
O levantamento evidenciou ainda outros dados – listados no fim da reportagem – que demonstram maior conhecimento da população a respeito da patologia. No entanto, os números de casos da doença não param de subir e colocam regiões do Brasil em situação de alerta.
Em Minas Gerais, o ano de 2023 já é considerado um ano de epidemia da dengue. Entre o mês de janeiro e o dia 6 de novembro de 2023, o estado registrou 181 mortes decorrentes da dengue – 18 por mês – com 288.522 casos confirmados, média de 949 por dia. Conforme a Secretaria de Estado de Saúde de Minas Gerais, o estado caminha para registrar dois anos consecutivos de epidemia.
Para além da região Sudeste, que historicamente sempre apresentou os maiores índices de casos e de mortes do país, as autoridades de saúde se preocupam agora com a alta incidência no Sul do país. “Isso é uma novidade da epidemia, porque anteriormente o Nordeste, Sudeste e Centro Oeste eram as regiões com predominância da dengue,” afirma Alberto Chebabo.
Fonte: O Tempo
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