O Hospital Regional do Câncer (HRC), unidade oncológica da Santa Casa de Passos, enfrenta dificuldades para encontrar o medicamento Trastuzumabe, utilizado no combate ao câncer de mama. Segundo a instituição, a preocupação é crescente devido à falta no fornecimento do remédio, que é considerado vital para os pacientes. Para evitar interrupção nos tratamentos, a Santa Casa desembolsou R$ 330,9 mil para comprar 228 frascos.
O HRC, atualmente, atende 79 pacientes que necessitam de tratamento contínuo com o Trastuzumabe 150 mg. Este medicamento, essencial no enfrentamento do câncer de mama, é fornecido pelo Ministério da Saúde por meio das secretarias de Saúde dos estados. Contudo, desde julho deste ano a instituição tem cobrado repetidamente a Secretaria Estadual de Saúde de Minas Gerais (SES-MG) sobre a deficiência no fornecimento do medicamento.
De acordo com o HRC, no dia 10 de julho, o hospital solicitou 220 frascos de Trastuzumabe para o tratamento de 69 pacientes que já estavam em tratamento contínuo com a medicação.
No entanto, apenas 84 frascos foram liberados pela SES, quantidade insuficiente para atender a todos os pacientes que dependem desse tratamento essencial. Posteriormente, em 9 de agosto, o hospital fez uma nova solicitação, desta vez para 300 frascos, mas nenhuma quantidade do medicamento foi liberada.
No decorrer do mês de agosto e início setembro de 2023 houve a indicação de outros 10 pacientes, totalizando 79 pacientes que dependem do Trastuzumabe, seja para manter seus tratamentos em andamento ou para o início casos novos.
Essa situação coloca em evidência a urgente necessidade de uma solução para garantir o fornecimento constante e adequado desse medicamento fundamental para o enfrentamento contra o câncer de mama, aponta a Santa Casa.
Segundo a instituição, como medida para evitar a interrupção do tratamento de pacientes que já haviam iniciado o uso do Trastuzumabe, a Santa Casa assumiu os custos e desembolsou R$ 330.995,80 para adquirir 228 frascos, que foram utilizados para garantir que os pacientes continuem a receber o tratamento. Neste momento a instituição aguarda a restituição da medicação.
Ministério da Saúde
O Ministério da Saúde informa, em nota, que um pedido de antecipação da próxima entrega já foi feito ao laboratório, que está atento ao cumprimento dos prazos contratuais e ao cronograma de abastecimento de medicamentos e que vai repassar as doses que faltam a Minas Gerais no prazo.
A Secretaria de Estado de Saúde de Minas Gerais (SES-MG) esclareceu que, sobre alguns medicamentos oncológicos, como o caso do Trastuzumabe, o Ministério da Saúde assumiu a aquisição centralizada e distribui esse item trimestralmente aos estados, e que a SES faz apenas a logística de distribuição.